Jeremias, o profeta da Esperança
Leitura Bíblica em Classe
Jeremias 1.1-10
I. A origem sacerdotal do profeta Jeremias
II. A vocação de Jeremias
III. O estado civil de Jeremias
IV. A postura profética de Jeremias
Tema do Subsídio
Visão panorâmica e conceito de Justiça no Livro de Jeremias
Prezado professor, estamos iniciando mais um trimestre de Lições Bíblicas. O tema a ser abordado é “Jeremias: Esperança em tempos de crise”. O livro de Jeremias é rico em profecias (que se cumpriram e vão cumprir) e episódios históricos importantes que marcam a história do povo hebreu. Mas acima de tudo, o livro de Jeremias tem o ponto central que iremos abordar neste subsídio: a Justiça de Deus. O princípio de Justiça permeia todo o livro do profeta Jeremias. No subsídio dessa lição, além de abordar o conceito de Justiça de Deus, faremos uma análise panorâmica do livro de Jeremias denotando as seguintes questões: Data, autoria, esboço teológico, sermões e passagens importantes do livro de Jeremias. Outras questões a serem consideradas nesse subsídio são a missão do profeta e lições contemporâneas proveitosas para a vivência atual da igreja do Senhor nesse mundo. Desejamos ao prezado professor, um rico aprendizado nesse trimestre! Deus abençoe as suas aulas!
Data e autoria
Fortes evidências internas identificam Jeremias como o autor do livro que leva seu nome. Muito de seu conteúdo foi compilado exatamente antes da rendição de Jerusalém, em a.C.
Esboço teológico
I. A Missão de Jeremias (1 – 10)
II. A violação da Aliança (11 – 20)
III. A aproximação do julgamento (21 – 29)
IV. A nova aliança (30 – 33)
V. A queda de Jerusalém (34 – 52)
Sermões[1]
Na época de Josias: Jr 2.1 – 3.5; 3.6 – 6.30; 7.1 – 10.25; 18.1 – 20.18
Nos dias de Jeoaquim: Jr 14 – 17; 22 – 23; 25 – 26; 35 – 36; 45 – 48
No dias de Zedequias: Jr 21; 24; 27 – 34; 37 – 39; 49
Nos dias de Gedalias[2]: Jr 40 – 44
As últimas mensagens: Jr 50 – 52
Principais passagens
Jr 2. O profeta classifica os pecados de Judá
Jr 17. O pecado é uma questão de foro íntimo da humanidade
Jr 23. Os falsos profetas. Como identificá-los
Jr 28. Os profetas falsos versus os verdadeiros
Jr 31. Deus promete uma nova aliança a seu povo
A Justiça de Deus
A Justiça de Deus é tema recorrente no livro de Jeremias. No Antigo Testamento há vários termos que caracterizam o conceito bíblico de Justiça, onde nesta oportunidade destacaremos três: yashar; mishpat; sedeq. O termo yashar denota o caminho “reto”, “direito”, “suave”, apontando o princípio de retidão norteadora no caminho do indivíduo (Pv 9.15; Pv 15.21). A palavra mishpat denota julgamento, o termo informa que o juíz que julga as causas, deve portar o atributo do mishpat, ou seja, da “justiça”, do “direito” e da “retidão”. O terceiro termo, sedeq, assinala o que é “justo”, “direito” ou “normal” como peso e medidas plenos de justiça. O Eterno é o Deus de Justiça (Is 30.18), é inconcebível o Eterno não agir segundo a sua Justiça e não exigir de sua criatura o exercício dos princípios dessa Justiça (Mt 5.6). Deus julga justamente (Sl 9.4) e os seus julgamentos são corretos e executados para o supremo bem da humanidade (Sl 119.75). Eis a Justiça de Deus!
A missão profética de Jeremias
Diante do conceito de Justiça, Jeremias é impelido por Deus a proclamar o juízo do Senhor em relação ao destino da nação hebreia, cuja face virou para o Eterno. A servidão a deuses, as injustiças sociais, as alianças indevidas, a inobservância do descanso da terra, foram fatores determinante para o exercício do juízo que o Senhor ordenou.
Na época dos reis Josias (640-609 a.C.); Jeoaquim (609-598 a.C.); Joaquim (598-597 a.C); Zedequias (597-586 a.C.); Judá foi dominada por Babilônia. É nesse contexto que a sentença de Deus foi anunciada, onde Jeremias recebeu a incumbência de Deus para desempenhar uma missão nada popular: conclamar todo Judá a submeter-se ao império babilônico como uma disciplina ordenada pelo Senhor. Os reis e o povo de Judá não aceitaram essa mensagem e na mesma medida rejeitaram a Deus em favor das divindades pagãs.
Lições Contemporâneas no livro de Jeremias
No contexto nacional da sociedade hebreia onde a majoritariedade dos “oráculos” que egocêntricos predominavam, não havia a permissão para qualquer comunicação pessimista da ação praticada por parte da nação judaica. Deve-se levar em conta que no contexto vivencial de Jeremias, a maioria dos profetas pronunciava profecias otimistas, de conquistas e independência, enquanto Jeremias - o profeta solitário - sustentava a verdade estabelecida por Deus, sobre o seu povo, nada popular.
Enquanto o profeta solitário proclama o juízo de Deus, os demais profetas proclamavam o sofismo triunfalista. Naturalmente o profeta Jeremias foi desacreditado pela elite judaica e rejeitado pelo sistema institucional da época. Seus algozes já tinham planejado o discurso triunfalista de conquista e domínio, mas mal sabiam eles que os seus destinos já estavam sacramentados, eles não voltariam atrás.
O livro do profeta Jeremias vai ao encontro de uma realidade presente hoje no contexto contemporâneo: a sedução triunfalista do povo. Essa sedução é tão enraizada, como nos dias de Jeremias, que não se cogita a possibilidade desses devaneios serem removidos do nosso seio. O povo de Deus deve atentar que o Altíssimo tem sempre um plano perfeito para executar, e nem sempre a forma de articulá-lo entre os seres humanos é bem vinda. O importante e o que é inegociável são a destreza de discernir o tempo presente e a confiança de está sob a soberania do Eterno custe o que custar. A sua graça é plenamente suficiente!
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