terça-feira, 30 de março de 2010

CRENÇAS METODISTAS

1. CREMOS NA BÍBLIA
2. CREMOS EM DEUS
3. CREMOS EM JESUS CRISTO
4. CREMOS NO ESPÍRITO SANTO
5. CREMOS NAS PESSOAS
6. CREMOS NA CRUZ
7. CREMOS NO PERDÃO DOS PECADOS
8. CREMOS NA VITÓRIA POR MEIO DA VIDA DISCIPLINADA
9. CREMOS NA CENTRALIZAÇÃO DO AMOR
10. CREMOS NA CONVERSÃO, NA CERTEZA E NA PERFEIÇÃO CRISTÃ
11. CREMOS NA IGREJA
12. CREMOS NO REINO DE DEUS
13. CREMOS NA VIDA ETERNA

Porque você deve participar de uma célula

Uma célula é um grupo constituído de cinco a quinze pessoas, reunindo-se semanalmente para aprender como tornar-se uma família, adorar o Senhor, edificar a vida espiritual uns dos outros, orar uns pelos outros e levar pessoas ao Evangelho.

Cada célula deve ter no mínimo cinco pessoas e não deverá ultrapassar o limite de quinze. Os grupos de Moisés eram constituídos de 10 (Ex 18.21) e Jesus liderou doze. Quinze pessoas são o número ideal de membros para uma célula. Quando atingir esse limite, a célula deve se multiplicar.

1.Onde a célula se reúne?
Apesar de preferirmos residências, uma célula pode se reunir também em empresas (na hora do almoço), em escolas, em salões de festas (de condomínios) e em qualquer lugar onde haja um mínimo de silêncio e privacidade. Só não recomendamos reuniões em bares ou lugares semelhantes. Quando a célula não se reunir numa casa, naturalmente não haverá ali a figura do anfitrião. A maioria das células acontecem em residências.

2.Por que uma célula não pode ter mais de quinze pessoas?
Não há tempo suficiente numa reunião para mais de quinze pessoas receberem ministração e compartilharem no grupo. É muito difícil para um líder, mesmo com um auxiliar, apascentar mais de quinze pessoas. Também, as casas, normalmente, não comportam mais do que quinze pessoas numa sala, para uma reunião.

A razão para se limitar o número de pessoas numa reunião de células tem muito a ver com ?linhas de comunicação?. ?Quando duas pessoas se encontram, existem duas linhas de comunicação. Quando três estão reunidas, existem seis. Se há quatro pessoas reunidas, então temos doze. Se há cinco, o número sobe para vinte, e quando chega a dez, já são noventa linhas de comunicação. Quinze pessoas reunidas resultam em 210 linhas de comunicação, ou seja, a comunicação já não é apropriada?.

3.Cuidado! Isso pode não ser uma célula!
Existem alguns tipos de grupos que não são células. Assim precisamos também saber o que não é uma célula.

a)Grupo de oração
Normalmente esse tipo de grupo é composto de pessoas que têm a seguinte atitude. ?O que esse grupo pode fazer por mim??

b)Grupo de estudo bíblico
O problema deste tipo de grupo é que ele não estimula o compartilhar de necessidade e nem a verdadeira comunhão; pelo contrário, tende a se tornar um grupo restrito e fechado, onde o incrédulo não é bem-vindo.

c)Grupo de discipulado
Este tipo de grupo procura um crescimento espiritual num ambiente fechado e exclusivista.

d)Ponto de pregação
Grupos assim têm como deficiência básica o fato de não compartilharem a realidade da vida do Corpo. As pessoas vêm e vão e o grupo é só um ajuntamento.

e)Qualquer grupo com as seguintes características:
Grupo fechado, criado só para as pessoas de um departamento da igreja;
Qualquer grupo que não tenha a multiplicação como objetivo;
Qualquer grupo que não se submeta à liderança geral das células;
Qualquer grupo que seja apenas uma reunião social.
Cuidado! Não se engane! Esses grupos acima não são células!

4. Como é uma célula?
A célula não é um grupo de oração, ainda que a oração seja um dos seus ingredientes básicos. Não é um grupo de discipulado, ainda que o discipulado aconteça espontaneamente. Não é um grupo de estudo bíblico, ainda que a edificação seja forte nas reuniões. Não é um grupo de cura interior, ainda que seja um lugar de restauração. Não é um ponto de pregação, ainda que o objetivo básico de cada célula seja a multiplicação. A célula é um pouco de cada um desses grupos.

A célula da igreja pode ser comparada a uma célula do nosso corpo. A célula não é o corpo todo, mas traz dentro de si todas as informações necessárias para gerar um corpo inteiro. Isto é o que nós chamamos de informação genética.
Nesse contexto, célula é simplesmente uma miniatura da igreja, reunindo-se nas casas. Não existe algo tal como um ministério de células; as células são o lugar onde os ministérios afluem.

A célula é muito maior que a sua reunião. Se a célula só existe no dia da reunião, então não é uma célula, mas apenas um culto caseiro. A célula acontece a semana toda: no supermercado, no shopping, na caminhada, no lazer, nas casas. Sempre que os irmãos se encontram, a célula acontece. A primeira característica da célula é ser comunidade, e não o fato de existir como uma reunião.

a)A célula não é um lugar onde, a cada semana, comparece um grupo diferente de pessoas
Apesar da reunião de célula não ter como objetivo o evangelismo, o visitante será sempre bem-vindo. Na verdade, a célula visa a multiplicação, enquanto a reunião propriamente dita, está voltada para edificação.

Ainda que a reunião não seja evangelística, todo o projeto final da célula visa à multiplicação. Crentes realmente edificados na Palavra são crentes frutíferos. E o lugar adequado para se frutificar é no círculo familiar, na escola, no trabalho. A reunião do grupo funciona como um lugar de treinamento e motivação, para que cada um possa enfrentar, com ousadia, a guerra lá fora.

b)Uma célula possui endereço e dia certo de reunião.
Existem igrejas onde a reunião da célula é feita, a cada semana, na casa de um dos membros do grupo. A nossa experiência, porém, tem demonstrado, que um lugar de reunião definido produz no grupo um senso de identidade, constância e segurança.

c)A célula se reúne regularmente.
A chave para a comunhão é a constância, a regularidade. Não basta ter um lugar de reunião, é preciso que o grupo se reúna numa base regular, semanalmente. Nenhum relacionamento sólido e gratificante pode ser construído sem convivência. É a convivência que vai produzir vínculos de amor, de amizade e de aceitação.

d)A célula é homogênea.
Quando participamos de um grupo que possui as mesmas características gerais peculiares a nós, nos sentimos muito mais à vontade para compartilhar. Em nossa igreja, as células são padronizadas por faixa etária e não por sexo. Assim, temos redes de células de crianças, adolescentes, jovens e casais (mas temos também algumas células mistas).

COMENTARIO - LIÇÃO 01

Jeremias, o profeta da Esperança

Leitura Bíblica em Classe
Jeremias 1.1-10

I. A origem sacerdotal do profeta Jeremias
II. A vocação de Jeremias
III. O estado civil de Jeremias
IV. A postura profética de Jeremias

Tema do Subsídio

Visão panorâmica e conceito de Justiça no Livro de Jeremias

Prezado professor, estamos iniciando mais um trimestre de Lições Bíblicas. O tema a ser abordado é “Jeremias: Esperança em tempos de crise”. O livro de Jeremias é rico em profecias (que se cumpriram e vão cumprir) e episódios históricos importantes que marcam a história do povo hebreu. Mas acima de tudo, o livro de Jeremias tem o ponto central que iremos abordar neste subsídio: a Justiça de Deus. O princípio de Justiça permeia todo o livro do profeta Jeremias. No subsídio dessa lição, além de abordar o conceito de Justiça de Deus, faremos uma análise panorâmica do livro de Jeremias denotando as seguintes questões: Data, autoria, esboço teológico, sermões e passagens importantes do livro de Jeremias. Outras questões a serem consideradas nesse subsídio são a missão do profeta e lições contemporâneas proveitosas para a vivência atual da igreja do Senhor nesse mundo. Desejamos ao prezado professor, um rico aprendizado nesse trimestre! Deus abençoe as suas aulas!

Data e autoria

Fortes evidências internas identificam Jeremias como o autor do livro que leva seu nome. Muito de seu conteúdo foi compilado exatamente antes da rendição de Jerusalém, em a.C.

Esboço teológico

I. A Missão de Jeremias (1 – 10)
II. A violação da Aliança (11 – 20)
III. A aproximação do julgamento (21 – 29)
IV. A nova aliança (30 – 33)
V. A queda de Jerusalém (34 – 52)

Sermões[1]

Na época de Josias: Jr 2.1 – 3.5; 3.6 – 6.30; 7.1 – 10.25; 18.1 – 20.18
Nos dias de Jeoaquim: Jr 14 – 17; 22 – 23; 25 – 26; 35 – 36; 45 – 48
No dias de Zedequias: Jr 21; 24; 27 – 34; 37 – 39; 49
Nos dias de Gedalias[2]: Jr 40 – 44
As últimas mensagens: Jr 50 – 52

Principais passagens

Jr 2. O profeta classifica os pecados de Judá
Jr 17. O pecado é uma questão de foro íntimo da humanidade
Jr 23. Os falsos profetas. Como identificá-los
Jr 28. Os profetas falsos versus os verdadeiros
Jr 31. Deus promete uma nova aliança a seu povo

A Justiça de Deus

A Justiça de Deus é tema recorrente no livro de Jeremias. No Antigo Testamento há vários termos que caracterizam o conceito bíblico de Justiça, onde nesta oportunidade destacaremos três: yashar; mishpat; sedeq. O termo yashar denota o caminho “reto”, “direito”, “suave”, apontando o princípio de retidão norteadora no caminho do indivíduo (Pv 9.15; Pv 15.21). A palavra mishpat denota julgamento, o termo informa que o juíz que julga as causas, deve portar o atributo do mishpat, ou seja, da “justiça”, do “direito” e da “retidão”. O terceiro termo, sedeq, assinala o que é “justo”, “direito” ou “normal” como peso e medidas plenos de justiça. O Eterno é o Deus de Justiça (Is 30.18), é inconcebível o Eterno não agir segundo a sua Justiça e não exigir de sua criatura o exercício dos princípios dessa Justiça (Mt 5.6). Deus julga justamente (Sl 9.4) e os seus julgamentos são corretos e executados para o supremo bem da humanidade (Sl 119.75). Eis a Justiça de Deus!

A missão profética de Jeremias

Diante do conceito de Justiça, Jeremias é impelido por Deus a proclamar o juízo do Senhor em relação ao destino da nação hebreia, cuja face virou para o Eterno. A servidão a deuses, as injustiças sociais, as alianças indevidas, a inobservância do descanso da terra, foram fatores determinante para o exercício do juízo que o Senhor ordenou.
Na época dos reis Josias (640-609 a.C.); Jeoaquim (609-598 a.C.); Joaquim (598-597 a.C); Zedequias (597-586 a.C.); Judá foi dominada por Babilônia. É nesse contexto que a sentença de Deus foi anunciada, onde Jeremias recebeu a incumbência de Deus para desempenhar uma missão nada popular: conclamar todo Judá a submeter-se ao império babilônico como uma disciplina ordenada pelo Senhor. Os reis e o povo de Judá não aceitaram essa mensagem e na mesma medida rejeitaram a Deus em favor das divindades pagãs.

Lições Contemporâneas no livro de Jeremias

No contexto nacional da sociedade hebreia onde a majoritariedade dos “oráculos” que egocêntricos predominavam, não havia a permissão para qualquer comunicação pessimista da ação praticada por parte da nação judaica. Deve-se levar em conta que no contexto vivencial de Jeremias, a maioria dos profetas pronunciava profecias otimistas, de conquistas e independência, enquanto Jeremias - o profeta solitário - sustentava a verdade estabelecida por Deus, sobre o seu povo, nada popular.
Enquanto o profeta solitário proclama o juízo de Deus, os demais profetas proclamavam o sofismo triunfalista. Naturalmente o profeta Jeremias foi desacreditado pela elite judaica e rejeitado pelo sistema institucional da época. Seus algozes já tinham planejado o discurso triunfalista de conquista e domínio, mas mal sabiam eles que os seus destinos já estavam sacramentados, eles não voltariam atrás.
O livro do profeta Jeremias vai ao encontro de uma realidade presente hoje no contexto contemporâneo: a sedução triunfalista do povo. Essa sedução é tão enraizada, como nos dias de Jeremias, que não se cogita a possibilidade desses devaneios serem removidos do nosso seio. O povo de Deus deve atentar que o Altíssimo tem sempre um plano perfeito para executar, e nem sempre a forma de articulá-lo entre os seres humanos é bem vinda. O importante e o que é inegociável são a destreza de discernir o tempo presente e a confiança de está sob a soberania do Eterno custe o que custar. A sua graça é plenamente suficiente!

segunda-feira, 29 de março de 2010

2º Trimestre de 2010

Título: Jeremias, esperança em tempos de crise

Lição 1: Jeremias, o profeta da esperança
TEXTO ÁUREO

“Mas o SENHOR me disse: Não digas: Eu sou uma criança; porque, aonde quer que eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar dirás” (Jr 1.7).

VERDADE PRÁTICA

A missão do homem de Deus é inegociável. Ele foi chamado para cuidar dos interesses do Todo-Poderoso, e proclamar com isenção e coragem a sua Palavra.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Jeremias 1.1-10.
INTERAÇÃO

Prezado professor, neste trimestre estudaremos a respeito de Jeremias, um dos mais sensíveis profetas do Antigo Testamento. Este abnegado servo de Deus, a exemplo do Mestre, também foi um “homem de dores e experimentado nos trabalhos”.
O comentarista destas lições é o pastor Claudionor de Andrade, piedoso servo de Deus, Gerente de Publicações da Casa Publicadora das Assembleias de Deus, membro da Casa de Letras Emílio Conde, teólogo e autor de várias obras publicadas pela CPAD. Que venhamos, como o profeta Jeremias, pregar a Palavra de Deus, e que o foco da nossa mensagem e ensino seja: “Ouvi a Palavra do Senhor!”. Deus o abençoe.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
• Conhecer a origem sacerdotal do profeta Jeremias.
• Explicar como se deu o chamamento do profeta Jeremias.
• Conscientizar-se de que somos um povo sacerdotal e profético.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, para esta primeira aula, sugerimos que seja feito um resumo da biografia de Jeremias. Neste resumo, enfatize as dores e os sofrimentos enfrentados pelo profeta. Reproduza o esquema abaixo no quadro-de-giz ou tire cópias para os alunos. Explique à classe que Jeremias não era nada popular, pois ele exortava Judá a se submeter à dominação do inimigo, Jeremias mostrou ao povo que o ataque por parte do inimigo era um castigo vindo do Senhor. Deus precisava discipliná-los, uma vez que não mais viviam de acordo com os preceitos divinos.

INTRODUÇÃO

Palavra Chave
Vocação: Do lat. vocatione. Talento, aptidão. Jeremias foi vocacionado pelo Senhor quando ainda estava no ventre de sua mãe.

“Vigoroso na batalha, desafiou e contestou a injustiça, a falsidade e a vilania”. Assim Eugene H. Peterson busca descrever o caráter do mais sofrido dos mensageiros de Jeová. O profeta das lágrimas, como Jeremias é conhecido, tudo fez por reconduzir seus contemporâneos aos caminhos do Senhor. Suas advertências, infelizmente, não encontraram guarida no coração dos judeus. Diante da apostasia destes, o profeta é obrigado a suportar o insuportável: “Atendei e vede se há dor como a minha dor” (Lm 1.12).
No transcorrer deste trimestre, estará você acompanhando os principais lances do ministério daquele que é considerado o mais introspectivo dos profetas do Senhor. Ele viveu num tempo que, em nada, diferia do nosso, quanto à falta de fé em Deus (cf. Lc 18.8), e ao desinteresse pelo cultivo da íntima comunhão com o Eterno. Que Deus nos ajude a absorver o exemplo santo e edificante de Jeremias.

I. A ORIGEM SACERDOTAL DO PROFETA JEREMIAS

Nascido na cidade sacerdotal de Anatote, que distava uns seis quilômetros a nordeste de Jerusalém, o profeta Jeremias exerceu o seu ministério entre 626 a 586 a.C. Pela sua linhagem, poderia ter exercido o ofício levítico, que lhe teria proporcionado prestígio e segurança. Em Israel, diz Flávio Josefo, os sacerdotes eram honrados como se pertencessem à nobreza.
Contemporâneo dos reis Josias, Jeoaquim e Zedequias (Jr 1.3), Jeremias profetizou no período mais crítico da história de Israel.
Querido irmão, não se deixe abater nem esfriar-se na fé ante a decadência moral e espiritual deste século. Cumpra a missão que lhe confiou o Senhor em Cristo Jesus; porte-se como homem de Deus - resoluto e vencedor. Aja com denodo e coragem, buscando sempre agradar, em tudo, aquEle que o salvou e o convocou para a peleja. Jamais se furte à verdade do evangelho; aja como fiel testemunha de Nosso Senhor Jesus Cristo.

SINOPSE DO TÓPICO (I)

Jeremias exerceu seu ministério profético durante um dos períodos mais críticos da história do povo de Deus.

II. A VOCAÇÃO DE JEREMIAS

1. O jovem Jeremias. Não sabemos a idade de Jeremias, quando Deus o chamou para o ministério profético. Vinte e um anos? Ou era ele um típico adolescente levítico que sonhava exercer o ministério do altar?
A Bíblia limita-se a informar que não passava ele de uma criança (Jr 1.6). O vocábulo hebraico na'ar tem ampla conotação; tanto pode significar menino, adolescente ou jovem. De qualquer forma, foi o profeta vocacionado por Deus ainda na flor de seus dias, para que viesse a florescer serviços e frutificar devoções ao Santo de Israel.
Obreiro de Cristo, disponha-se. Apresente-se ao Senhor da Seara, e continue em sua presença. Ele precisa de seu trabalho. É o tempo de segar!
2. O chamamento de Jeremias. Eis como o Senhor vocacionou o jovem de Anatote: “Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci; e, antes que saísses da madre, te santifiquei e às nações te dei por profeta” (Jr 1.5).
Três coisas fez o Senhor em relação a Jeremias: conheceu-o, santificou-o e o deu às nações. O profeta ainda não existia, mas já era conhecido por Deus; ainda não estava ciente de sua missão, porém já se achava santificado para o ministério; ainda não sabia falar, todavia, o Senhor já o tinha dado aos povos como arauto.
Jeremias assusta-se; quer recuar. Sobre a reação do profeta, escreve F. B. Meyer: “Jeremias era muito jovem e tentou esquivar-se da grande missão a ele confiada. Os mais nobres sempre agem assim” (cf. Êx 4.10). Mais adiante, conclui o erudito: “Sempre que Ele nos dá uma comissão, assume a responsabilidade da sua execução em nós, conosco, ou através de nós”.
Você se sente assustado diante da missão que lhe confiou o Senhor? Não se acha capaz? Ânimo! Nossa capacidade vem do Senhor. Entregue-se inteiramente a Deus; Ele é responsável por você e por mim.
3. A incapacidade de Jeremias. Se não sei falar, como ser mensageiro de Jeová? Como ser o seu porta-voz se não tenho voz? Foi a escusa que Jeremias apresentou ao Senhor: “Ah! Senhor JEOVÁ! Eis que não sei falar; porque sou uma criança” (Jr 1.6).
Talvez esteja você apresentando as mesmas alegações ao Senhor. Ele o chamou para o ministério; você se acha incapaz. Aliás, diante dos desafios de Deus, quem se sente apto? Conforte-se nestas palavras do apóstolo Paulo: “E é por Cristo que temos tal confiança em Deus; não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus” (2 Co 3.4,5).
Ao jovem profeta, responde Jeová: “Não digas: Eu sou uma criança; porque, aonde quer que eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar dirás. Não temas diante deles, porque eu sou contigo para te livrar, diz o SENHOR” (Jr 1.7,8). Em seguida, o Senhor toca-lhe os lábios: “Eis que ponho as minhas palavras na tua boca” (Jr 1.9).
A partir desse momento, estava Jeremias não somente comissionado, mas plenamente capacitado por Deus a exercer o ministério. Do Senhor, recebe ele o mandato: “Olha, ponho-te neste dia sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares, e para derribares, e para destruíres, e para arruinares; e também para edificares e para plantares” (Jr 1.10).
Como um jovem tão gentil e tenro poderia desempenhar semelhante missão? Não importa; nossa capacidade vem de Deus! (Leia com atenção Atos 1.8). Lembro-me de um corinho que ouvia lá pelas décadas de 60 e 70 na Assembleia de Deus em São Bernardo do Campo: “Uma mensagem revestida de poder / Uma mensagem com poder pentecostal / Uma mensagem pode converter o mundo / Uma mensagem com poder celestial”.
Você já foi batizado no Espírito Santo? Já foi revestido do poder do alto? Vive na plenitude do Espírito? É hora de buscara prometida unção. O evangelista Stanley Jones afirmou mui acertadamente: “A vida do cristão começa no Calvário, mas o trabalho eficiente, no Pentecostes”.

SINOPSE DO TÓPICO (II)

Jeremias recebeu da parte do Senhor uma grande missão: profetizar às nações.

III. O ESTADO CIVIL DE JEREMIAS

Devido às urgências daquele tempo e das tormentas que se avizinhavam, ordenou-lhe o Senhor: “Não tomarás para ti mulher, nem terás filhos nem filhas neste lugar. Porque assim diz o SENHOR acerca dos filhos e das filhas que nascerem neste lugar, acerca de suas mães que os tiverem e de seus pais que os gerarem nesta terra” (Jr 16.2,3).
Jovem, você tem realmente uma chamada divina para o santo ministério? Não se case fora da direção de Deus. Tenha uma vida pura e santa. Que o seu namoro, noivado e casamento glorifiquem o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Não são poucos os ministérios arruinados em consequência de casamentos movidos única e exclusivamente pela paixão carnal.

SINOPSE DO TÓPICO (III)

Próximo à idade de se casar, Deus proibiu Jeremias de fazê-lo (16.1-4).

IV. A POSTURA PROFÉTICA DE JEREMIAS

Jeremias não fora chamado para ser homem do povo. Não era populista nem popular; não era obcecado por índices de aceitação nem estava preocupado com o marketing pessoal. Também não achava que a voz do povo era a voz de Deus. A voz de Deus era e continua a ser a Palavra de Deus — a Bíblia Sagrada.
Consciente de sua chamada, Jeremias adotou uma posição que viria a desagradar à nobreza e ao povo. Mas que poderia ele fazer? Naquele momento, não havia alternativas: se agradasse aos poderosos de Judá viria a desagradar ao Todo-Poderoso de Israel.
A quem estamos agradando? Se nos fizermos amigos do mundo, teremos a Deus como opositor. É chegado o momento de os arautos de Cristo proclamarmos, com mais intrepidez e perseverança, “todo o conselho de Deus” (At 20.27). Quer nos ouçam, quer nos deixem de ouvir, saberão todos que neste mundo há um povo sacerdotal e profético — a Igreja de Deus, cujo único compromisso é pregar o evangelho completo a toda criatura, em toda a parte (1 Pe 2.9; Mc 16.15).

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

Jeremias não era populista nem popular; não era obcecado por índices de aceitação. Seu objetivo era agradar ao Senhor.

CONCLUSÃO

Mesmo sob as mais duras e inumanas condições, Jeremias cumpriu fielmente o seu ministério; falou a Palavra de Deus; combateu as iniquidades e conclamou a nação ao arrependimento. Em nenhum momento, recuou. Mostrou-se, em tudo, um autêntico homem de Deus.
Que o exemplo de Jeremias inspire a presente geração a ter um compromisso mais firme com a Palavra de Deus. Oremos para que o Senhor levante homens como Jeremias, que não se amedrontem diante dos adversários. Homens que não estejam preocupados com a popularidade, e sim em agradar a Cristo, nosso Salvador e Senhor, que se entregou por todos nós.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

Subsídio Bibliológico

Para servir como Porta-voz
“Jeremias foi nomeado profeta para Judá, mas também para as nações. A palavra hebraica nab é traduzida por ‘profeta’ cerca de 300 vezes no Antigo Testamento. Pode ser que a palavra originariamente significava ‘anunciar’ ou ‘falar’.
Qual é a mensagem recebida por Jeremias para o seu povo? [...] Todos os homens são culpados e responsáveis diante de Deus (1.5,10). Judá é responsável porque abandonou o Senhor para servir a falsos deuses (1.10,15,16). As nações estão debaixo do juízo divino porque sua conduta está abaixo da justiça humana comum. Os culpados sofrerão destruição e dificuldade, porque Deus certamente virá para julgar. Quando Ele vier, os reinos e povos serão arrancados e derribados. Deus não está dormindo como supõem os homens, mas está alerta para cumprir sua palavra (1.11,12). [...] Essa advertência oportuna é seguida por uma palavra de esperança: O castigo e o julgamento de Deus são redentores; isto é, Ele aflige para curar. Além do julgamento, há esperança de uma restauração — um povo redimido e um dia novo”.
(Comentário Bíblico Beacon. Vol. 4: Isaías a Daniel. RJ: CPAD, 2005, pp.261-62)

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

Subsídio Geográfico

• Anatote - “Uma pequena aldeia, a cinco quilômetros a nordeste de Jerusalém. Terra de Abiatar, o sacerdote, e de Jeremias, seu descendente (1 Rs 2.26; Jr 1.1). Situada na terra de Benjamim (Js 21.18), foi dada aos filhos de Arão. Por revelação, Jeremias comprou um campo que tinha pertencido aos seus antepassados (Jr 32.7). Após seu retorno do exílio, os benjamitas novamente ocuparam a região (Ne 11.32). Ao norte de Anatote, estava Micmás, e a sudeste estavajerusalém”(Is 10.28-32) (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. RJ: CPAD, 2006, p.l00).


Subsídio Teológico

• A Escatologia de Jeremias - “Ao profetizar nos últimos dias antes da queda de Jerusalém em 587 a.C., Jeremias predisse que Deus enviaria Judá e Jerusalém para o exílio na Babilônia, em razão de terem violado a aliança mosaica. Entretanto, ele predisse também o dia em que Deus destruiria o poder da Babilônia e de outras nações hostis, restaurando a terra ao seu povo. Naquele tempo, Deus estabeleceria uma nova aliança com Israel e Judá, reunificando, capacitando o povo a obedecer-lhe perpetuamente. Deus ainda restabeleceria a dinastia davídica e restauraria um sacerdócio levítico purificado. Tudo isso teria início ao fim dos setenta anos de exílio, caso toda a nação se arrependesse. O reino de Israel/Judá seria completamente restaurado se eles continuassem a obedecer a Deus após voltarem a Terra Prometida. As profecias de Jeremias cumpriram-se parcialmente com o retorno dos exilados sob a liderança de Zorobabel em 536 a.C. e com a reconstrução da nação no período pós-exílico. Os eventos, porém, dificilmente alcançaram a grandeza das expectativas de Jeremias. O pleno cumprimento das profecias ainda aguarda um cumprimento escatológico” (LAHAYE, T. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1.ed. RJ: CPAD, 2008, p.189).