sábado, 24 de julho de 2010

LIÇAO 04 - PROFECIA E MISTICISMO

Lição 04 - PROFECIA E MISTICISMO
Leitura Bíblica em Classe (Dt 13.1-5/18.10-12)
Q.v.(1João 4.1-6; Jeremias 23.9-33.)



Introdução

O homem por ser tanto matéria como espírito/alma tem fascinação pela religião, pelo sobrenatural e por aquilo que esta alem de sua compreensão.( OBS: Reproduzimos aqui importante análise a respeito disto por parte do PE. Antonio Vieira, o maior orador sacro em língua portuguesa em sua obra História do futuro: ―…Como é inclinação natural no homem apetecer o proibido e anelar ao negado, sempre o apetite e curiosidade humana está batendo às portas deste segredo, ignorando sem moléstia muitas cousas das que são, e afetando impaciente a ciência das que hão de ser. Por este meio veio o Demônio a conseguir que o homem lhe desse falsamente a divindade, que o mesmo demônio com igual falsidade lhe tinha prometido. E senão, pergunto: Quem foi o que introduziu no Mundo, sem algum medo, mas antes com aplauso, a adoração do Demônio? Quem fez que fosse tão freqüentado e consultado o ídolo de Apolo em Delfos? O de Júpiter em Babilônia? O de Juno em Cartago? O de Vênus no Egito? O de Dafne em Antioquia? O de Orfeu em Lesbo? O de Fauno em Itália? O de Hércules em Espanha, e infinitos outros em muitas partes? Não há dúvida que o desejo insaciável que os homens sempre tiveram de saber os futuros, e a falsa opinião dos oráculos com que o Demônio respondia naquelas estátuas, foram os que todo este culto lhe granjearam, sendo certo que, se Deus, vindo ao Mundo, não emudecera (como emudeceu) os oráculos da Gentilidade, grande parte do que hoje é fé, fora ainda idolatria. Tão mal sofreram os homens que Deus reservasse para si a ciência dos futuros, que chegaram a dar às pedras a divindade própria de Deus, só porque Deus fizera própria da divindade esta ciência: antes queriam uma estátua que lhes dissesse os futuros, que um Deus que lhos encobria. Mas que direi das ciências ou ignorâncias das artes ou superstições que os homens inventaram desde a terra até o céu, levados deste apetite? Sobre os quatro elementos assentaram quatro artes de adivinhar os futuros, que tomaram os nomes dos seus próprios sujeitos: agromancia, que ensina a adivinhar pelas cousas da terra; a hidromancia, pelas da água; a aeromancia, pelas do ar, e a piromancia, pelas do fogo. Tão cegos seus autores no apetite vão daquela curiosidade, que, tendo-se perdido na terra os vestígios de tantas cousas passadas, cuidaram que na água, no ar e no fogo os podiam achar das futuras. No mesmo homem descobriram os homens dois livros sempre abertos e patentes, em que lessem ou soletrassem esta ciência. A fisionomia, nas feições do rosto; a quiromancia, nas raias da mão. Em um mapa tão pequeno, tão plano e tão liso como a palma da mão de um homem, inventaram os quiromantes não só linhas e caracteres distintos, senão montes levantados e divididos, e ali descrita a ordem e sucessão da vida e casos dela, os
anos, as doenças e os perigos, os casamentos, as guerras, as dignidades, e todos os outros futuros prósperos ou adversos; arte certamente merecedora de ser verdadeira pois punha a nossa fortuna nas nossas mãos. Deixo a astrologia judiciária, tão celebrada no nascimento dos príncipes, em que os genetlíacos, sobre o fundamento de uma só hora ou instante da vida, levantam ou figura ou testemunhos a todos os Sucessos dela. Nem quero falar na triste e funesta nicromancia, que, freqüentando os cemitérios e sepulturas no mais escuro e secreto da noite, invoca com deprecações e conjuros as almas dos mortos para saber os futuros dos vivos. A este fim excogitaram tantos gêneros de sortilégios, como se na contingência da sorte se houvesse de achar a certeza; a este fim observaram os sonhos como se soubesse mais um homem dormindo do que sabia acordado; a este sentido consultavam as entranhas palpitantes dos animais, como se um bruto morto pudesse ensinar a tantos homens vivos. Com o mesmo apetite pediam respostas às fontes, aos rios, aos bosques e às penhas; com o mesmo inquiriam os cantos e vôos das aves, os mugidos dos animais, as folhas e movimentos das árvores, com o mesmo interpretavam os números, os nomes e as letras, os dias e os fumos, as sombras e as cores e não havia cousa tão baixa e tão miúda por onde os homens não imaginassem que podiam alcançar aquele segredo que Deus não quis que eles soubessem. O ranger da porta, o estalar do vidro, o cintilar da candeia, o topar do pé, o sacudir dos sapatos, tudo notavam como avisos da Providencia e temiam como presságios do futuro. Falo da cegueira e desatino dos tempos passados, por não envergonhar a nobreza da nossa Fé com a superstição dos presentes. …‖) A religiosidade está pautada no misticismo .Daí o sucesso do tema. Paulo Coelho, o mago ou bruxo vende milhões de livro em todo o mundo. Filmes cujo tema e exorcismo, satanismo, magia, atividades paranormais, são campeões de bilheteria (O exorcista, Harry Poter e a saga crepúsculo). Na bíblia esse fascínio começou cedo com a edificação da torre de Babel(Gn 11) e pode ser visto na sociedade politeísta de Ur e nas artes mágicas dos egípcios(Gn 41.8,15).Tal fascínio, busca e envolvimento e perigoso, pois o que se diz e pensa ser de Deus tem na sua maioria outro tipo de fonte(Ef 6.12). O que a mídia e outros setores de comunicação entendem por misticismo,espiritualidade é uma rede de conceitos completamente frontal aos princípios estabelecidos pela Palavra de Deus. A palavra ―misticismo, na verdade, foi utilizada, pela primeira vez, por um escritor cristão, o monge Dionísio Pseudo-Areopagita, que viveu no século V, que usou a palavra para descrever uma espécie de teologia em que se buscava conhecer a Deus menos pela razão e mais por uma experiência pessoal, que superasse os limites da razão e alcançasse a transcendência divina, significado este que está um tanto quanto longe do usado na atualidade e que é o empregado neste estudo.
Aurélio: Misticismo: 1. Crença ou doutrina religiosa dos místicos; 2. Disposição para crer no sobrenatural. Místico: 1. Misterioso e espiritualmente alegórico ou figurado. 2. Relativo à vida espiritual e contemplativa; 3. Religioso; 4. Aquele que procura atingir o estado extático de união direta com a divindade.
Misticismo: Conjunto de normas e práticas que tem por objetivo alcançar uma comunhão direta com Deus. O problema que os místicos sempre exaltam a experiência em detrimento a Palavra. É a atitude da pessoa que deposita sua confiança em algo que não existe, ou, mesmo que exista, é ineficaz. Exemplos: orixás, iemanjá, ninfas, duendes, ídolos, amuletos, simpatias, água benta, óleo ungido, galho de arruda e sal grosso. De pronto, vemos que o misticismo é a completa inversão daquilo que representa a atividade profética. Na profecia, como temos visto, Deus, dentro de Seu infinito amor, misericórdia e desejo de estabelecer uma comunhão com o homem, fala ao ser humano, através do profeta, revelando-lhe a Sua vontade, trazendo-lhe mensagens, inclusive sobre o futuro. No misticismo, é o homem que, por sua própria conta e risco, acha ter condições de atingir o nível divino, de entrar em contato diretamente com Deus, por meio de sua suposta capacidade e habilidade, independentemente de estar, ou não, em comunhão com o Senhor.

Nesta lição nos ocuparemos das manifestações místicas na bíblia, principalmente no A.T..
O misticismo não existe só fora da igreja esta presente bem mais do que se pensa.
Em resposta a essa realidade, estudaremos, na lição de hoje, esse fenômeno a partir de uma perspectiva bíblica, e, ao final, defenderemos a espiritualidade cristã, pautada na Palavra e no Espírito, e não na mera experiência, como princípio bíblico.

I. AVALIAÇÃO DA PROFECIA
1-OS EMBUSTEIROS (Dt 13.1-3) – Temos verdadeiros e falsos profetas(Embusteiro = impostor, imitador). O falso profeta e capaz de predizer, operar sinais e prodígios, contudo isso não garante que seu ministério seja de origem divina. “O diabo e um grande imitador”.(Martinho Lutero) 2 Co11.14
MT 24.24; AP 13.11-15. O poder do diabo não pode ser negado nem desprezado
(Jô 1.10-12/ Dn 10.5,12,13 / MT 4.1.11)
2 –COMO IDENTIFICAR A FONTE DO MILAGRE


3- DEUS USA O FALSO PROFETA PARA PROVAR OS SEUS SERVOS
DEUS permite que essas coisas aconteçam para nos provar e alertar.
1Rs 13.7-10;14-24
Mt16.22,23. Isto e ainda mais valido para os dias de hoje com tantos inovadores, milagreiros, falsos cristos e pregadores de “outro Jesus, outro espírito e outro evangelho”( 2Co 11.4)
Não são os sinais que autenticam o profeta mas sua mensagem em consonância com as Escrituras e seu estilo de vida.
REFLEXÃO : “ Na Biblia, Deus nos diz tudo que precisamos saber sobre o que vai acontecer “.

II. PRÁTICAS DIVINATÓRIAS(Relativo a adivinhação)
1- AS ABOMINAVEIS PRATICAS DIVINATORIAS
Dt 18.9-11.
Antes de Moisés anunciar a promessa de Deus sobre o estabelecimento do ministério profético em Israel (Dt 15.15-22), Deus advertiu o povo para que ninguém se envolvesse com práticas divinatórias e enumerou algumas delas, dizendo serem parte de culto pagão dos cananeus[2]. Em Deuteronômio 15 é evidente que as práticas divinatórias estão relacionadas com a crença de vários deuses e a ação que constitui o estabelecimento do fenômeno religioso do povo pagão primitivo.
Essas praticas malignas antigas chegaram ate nos. Magia, astrologia, alquimia, clarevidencia, tarô, búzios, quiromancia, necromancia, numerologia, levitação, transe. São praticas demoníacas e idolatras com outros nomes.
Ao estudar a função do profeta, entendemos que seu objetivo nunca foi adivinhar o futuro ou praticar a adivinhação em qualquer esfera. O profeta atuava para atender as reais necessidades do povo como o mensageiro de Deus. Portanto, o conceito de profeta como adivinhador do futuro é completamente impossível pela Escritura. Esperar que o profeta esteja disponível para adivinhar o porvir é abominação aos olhos de Deus!


ADIVINHADOR,PROGNOSTICADOR,AGOUREIRO,FEITICEIRO,ENCANTA DOR,NECROMANTE E MAGICO.

· Adivinhador – É o que pratica adivinhação e feitiçaria.

· Agoureiro – Significa fazer agouros pela nuvem. Mas o seu sentido pode ser ampliado para “observar os tempos, praticar adivinhação, espiritismo, magia, bruxaria e encantamento.

· Feiticeiro – Fazer encantamento, adivinhação, presságio, feitiçaria, agouro.

· Encantador de encantamentos – Unir, dar um nó mágico. Manipulação de determinados “poderes sobrenaturais”.

· Consultor de espírito adivinhante – A expressão significa médium, espírito, espírito de mortos, necromante e mágico. A expressão “quem consulte os mortos” é literalmente usada para indicar a necromancia. O necromante é aquele que faz adivinhação por meio de consulta aos mortos, ou seja, é a prática mediúnica. A palavra grega para necromante é nekuomanteia cujo significado é “necromancia, adivinhação por meio da evocação dos mortos”.

· Mágico – É o agoureiro, adivinhos.[1]

2- BRUXO E BRUXARIA


Como conhecer a vontade de deus :
1) ler a bíblia
2) Oração
3) Conversas com o Pastor(Líder)
4) Estar presente aos cultos

III. A NECESSIDADE DA PROFECIA BÍBLICA
1- A VOZ DE DEUS NA TERRA
Apesar da queda, Deus não deixou de se comunicar com o homem
2- REVELAÇÃO DOS ARCANOS DIVINOS
2 Pe 1.19
3- CONTRASTE ENTRE A VERDADEIRA PROFECIA E AS PRATICAS PAGÃS.

Sabemos que o Brasil está mergulhado nos mais profundo ocultismo. Mas o que espanta, é esse mal imperar em certos arraiais evangélicos na forma de “experiências espirituais”. Fotos, rosas ungidas, sal grosso, rodopios “espirituais” e etc., envergonham o Evangelho pisando no sacrifício de Cristo e expondo uma grande parte do povo evangélico brasileiro ao ridículo. Em reuniões que acontecem tais manifestações, o que vemos, é uma série de manifestações e expressões que em nada lembrar o verdadeiro poder de Deus. MISTICISMO MODERNO: O problema é que quase sempre, os místicos são induzidos a prescindir da Bíblia e se basear apenas em suas experiências. Este é um dos grandes problemas dos neopentecostais, pois eles colocam suas experiências acima da Bíblia e dão a ela uma interpretação particular fora dos recursos hermenêuticos. O Misticismo neopentecostalista é a mistura de figuras, objetos e símbolos para representarem elementos espirituais. Eles tomam figuras do Antigo e Novo Testamento e as espiritualizam, transformando-as em "proteções" semelhantes às usadas pelas magias pagãs. E deste ato aparecem crentes com fitinhas no braço, com medalhas de símbolos bíblicos, ungindo portas e janelas com azeite, colocando sal ao redor da casa para impedir a entrada de maus espíritos; outros bebem copos de água abençoada, usam óleos consagrados em Jerusalém, guardam gravetos que misteriosamente aparecem brilhando nos montes, ungem roupas para libertar as pessoas e etc. As magias pagãs estabelecem como pontos de contatos objetos tais como amuletos, talismãs, patuás, cristais, pedras e coisas para "proteção". O problema é que tais pessoas acabam baseando sua fé em objetos. Estamos vendo novamente a famigerada doutrina a dade Média das indulgências, só que agora no meio evangélico. A bênção é comprada. Quando mais dá, mais bênção...


ESPIRITUALIDADE CRISTÃ SIM, MISTICISMO NÃOO misticismo não é algo novo, mas remendo novo em pano velho. Ele sempre foi praticado na história da religiosidade humana. Na verdade, misticismo e religiosidade andam de braços dados, é como se fossem os dois lados da mesma moeda. O misticismo não se adequa à verdade bíblica, justamente por isso, foge dela, não dá a mínima atenção a estudos bíblicos. As práticas místicas estão respaldas na mera experiência humana. Onde há misticismo, não existe leitura criteriosa da Bíblia. O mais vergonhoso é perceber que no contexto evangélico moderno, os ritos místicos estão substituindo a leitura bíblica e a oração. A comunidade evangélica está repleta de superstições e amuletos. Penso que se os apóstolos e reformadores testemunhassem algumas atitudes de determinadas igrejas pretensamente cristãs ficariam escandalizados. Está na hora de resgatamos a genuína espiritualidade cristã. E essa não se fundamenta na mera subjetividade humana, de quem quer que seja: homens ou anjos (Gl. 1.7-9), mas na pregação comprometida da Palavra de Deus, na oração fervorosa no Espírito e na comunhão na igreja vivida em amor. Uma espiritualidade que não leva em conta a ortodoxia, isto é, a apropriada leitura e interpretação da Bíblia, os momentos de devoção fundamentados na Sagrada Escritura, não passa de misticismo. E não importa onde aconteça, seja dentro ou fora dos arraias evangélicos. A espiritualidade verdadeiramente cristã não se confunde com o misticismo, pois essa, além de partir da revelação de Deus, se concretiza em atitudes condizentes com o fruto do Espírito (Gl. 5.22).




Com a direção fidedigna do E.Santo, das Escrituras e da igreja, não precisamos voltar-nos para fontes ocultas, a fim de obter informações, especialmente porque o que vêm destas fontes e engano. Primeiro a Bíblia, depois a fé e depois a experiência.



CONCLUSÃO
A igreja do Senhor, em resposta a essa carência, precisa assumir uma voz verdadeiramente profética. A enunciação da igreja deva ter como mote o “assim diz o Senhor”, não o “assim digo eu ou qualquer outra entidade”. Para tanto, faz-se necessário que essa busque o caminho da genuína espiritualidade, fundamentada tanto na Palavra quanto no Espírito de Deus.













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"Fiz uma aliança com Deus: que Ele não me mande visões, nem sonhos, nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, que me dão instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida quanto para o que há de vir." (Martinho Lutero)