quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O CORAÇÃO ABRASADO DE JOHN WESLEY

Em sua viagem de retorno, John Wesley, agora Com 35 anos de idade, expressa sua frustração: “fui a América evangelizar os índios, mas quem me converterá?”. Durante uma tempestade, na travessia do Oceano Atlântico, Wesley ficou profundamente impressionado com um grupo de morávios (grupo de cristãos pietistas que buscavam a conversão pessoal mediante o Espírito Santo) a bordo do navio. A fé que tinham diante do risco da morte (o medo de morrer acompanhava Wesley constantemente durante a sua juventude) predispôs Wesley à fé evangélica dos morávios. Tal retorno a Inglaterra se deu no ano de 1738. John Wesley volta dos Estados Unidos desiludido com o trabalho realizado na Virgínia. Encontra-se, então, com Pedro Böhler, em Londres,então pastor moraviano da Morávia, Alemanha), e com ele John Wesley se convence de que a fé é uma experiência total da vida humana.
Procurou, então, libertar-se da r e l i g i ã o formalista e fria para viver, na prática, os
ensinos de Jesus.No dia 24 de maio de 1738, numa pequena reunião na rua Aldersgate, numa 4ª feira, em Londres, ouvindo a leitura de um antigo comentário escrito por Martinho Lutero, pai da Reforma Protestante, sobre a carta aos Romanos, John sente seu coração se aquecer (entende-se que Wesley experimentava o “batismo no Espírito Santo”). Experimenta grande confiança em Cristo e recebe a segurança de que Deus havia perdo a d o seus pecados. Tal experiência espiritual extraordinária é a s s i m narrada em seu diário:
“Cerca das nove m e n o s um quarto, enquanto ouvia a descrição que Lutero fazia sobre a mudança que Deus opera no coração através da fé em Cristo, senti que meu coração ardia de maneira estranha. Senti que, em verdade, eu confiava somente em Cristo para a salvação e que uma certeza me foi dada de que Ele havia tirado meus pecados, em verdade meus, e que me havia salvo da lei do pecado e da morte. Comecei a orar com todo meu poder por aqueles que, de uma maneira especial, me haviam perseguido
e insultado. Então testifiquei diante de todos os presentes o que, pela primeira
vez, sentia em meu coração”. Nos 50 anos seguintes, Wesley pregou em média de
três sermões por dia; a maior parte ao ar livre.
Um dos biógrafos de Wesley o descreveu como um homem “sempre ofegante, correndo
sem parar atrás das almas perdidas”. No túmulo de Adam Clarke, um dos primeiros
estudiosos metodistas e um discípulo de Wesley, estão inscritas estas palavras: “Vivendo para os outros, fui totalmente consumido”.
Uma vez, um colega pastor perguntou a John Wesley, mensageiro do coração ardente,
o que devia fazer para aumentar sua igreja. Ele respondeu: “Se o pregador estiver em
chamas, todo o mundo virá para vê-lo queimar”.
Que Deus aqueça nosso coração e nos livre de uma espiritualidade estéril, morta e desinteressante